A partir da década de 50 do séc. XVIII a hegemonia holandesa deu lugar à hegemonia inglesa, decorrente dos ideais mercantilistas trazidos por Cromwell, das quais se destacam o desenvolvimento da agricultura e, consequentemente, o comércio.
Em primeiro lugar difundiu-se o fisiocratismo, doutrina económica (que se opunha, em parte, ao mercantilismo) que defende que a riqueza de um país depende do grau de desenvolvimento da sua agricultura e que esta, por si só, desenvolverá as restantes actividades.
Assim, pôs-se de lado o pousio, aproveitou-se o afolhamento quadrienal para produzir/comerciar, dar descanso à terra (cultivando-se nabos que são pouco exigentes) e alimentar o gado (cultivando-se forragens); seleccionaram-se sementes que aumentaram a qualidade da comida; melhoraram-se as alfaias agrícolas e trocaram-se os openfields pelas enclosures, que permitiam a maior segurança dos campos pois impediam que o gado se alimentasse da produção.
Os landlords, donos dos terrenos agrícolas, pertenciam à nobreza e burguesia fundiária que compunham, também, o governo parlamentar. Dessa maneira aumentaram os seus terrenos fazendo promulgar, por exemplo, leis que lhes permitiram apoderar-se de terrenos agrícolas abandonados. O sector agrícola viu crescer a sua produtividade e qualidade.
Paralelamente a população sofreu um aumento pois viu-se melhor alimentada,em cem anos (1780 – 1880) a população passou de 8,5 a 36 milhões.
Em segundo lugar, deu-se a revolução industrial provocada pelo aumento exponencial do lucro dos landlords e pelo seu espírito empreendedor. Estes tinham necessidade de investir o seu dinheiro e viram no sub-desenvolvimento industrial um local de investimento.
Primeiramente desenvolveu-se o sector têxtil, directamente ligado à agricultura e aos domínios coloniais, pois o gado ovino (fornecedor de lã) alimentado pelas forragens, existia em abundância e as colónias eram abundantes em algodão.
Desenvolveram-se máquinas como a lançadeira volante e a spinning jenny, que diminuíram a mão-de-obra necessária e aumentaram a produtividade. A par do sector têxtil desenvolveu-se o sector metalúrgico, fornecedor de máquinas e equipamentos. Na fusão do ferro (elemento principal na metalurgia) passou-se a utilizar o coque (mais eficiente que o carvão) que diminuiu o preço do ferro e aumentou a sua resistência. Juntou-se, ainda, a máquina a vapor de Watt com a qual foi possível mover teares, martelos e outros mecanismos. Houve uma substituição do domestic system pelo factory system.
Seguiu-se a revolução dos transportes, que combinou a crescente e barata utilização do ferro e a capacidade de mover mecanismos do vapor. Criaram-se navios (steamers) e locomotivas, que fizeram o transporte de matéria-prima/produto acabado, por um conjunto de vias marítimas e terrestres desenvolvidas, mais facilmente. Consequência da revolução dos transportes, foi a grande dinamização do comércio que se viu facilitado pelos novos, mais eficazes e mais baratos navios e locomotivas.
O comércio foi feito a três níveis, primeiro a nível interno, em segundo a nível europeu e em terceiro a nível transatlântico ou inter-continental. O mercado nacional unificado resultou de um conjunto de factores, nomeadamente o facto de as cidades terem crescido demograficamente o que aumentou o consumo interno, o facto das vias de comunicação se terem desenvolvido o que levou a um melhor abastecimento de produtos, a inexistência de alfândegas internas que retiraram entraves ao comércio (contrariaram o encarecimento dos produtos e a sua difícil circulação) e a união à Escócia e Irlanda que criou condições à livre circulação de produtos.
O mercado europeu consistiu no baixo preço e alta qualidade dos produtos ingleses que invadiram os mercados europeus (contrariando as medidas mercantilistas) e nos tratados comerciais realizados com vários países europeus, o de Eden com a França, o de Methuen com Portugal, etc. O mercado inter-continental fazia-se com quatro continentes.
O comércio triangular fazia-se entre a Inglaterra (Europa), a África e a América onde se trocavam produtos europeus, escravos africanos e produtos exóticos americanos. Fazia-se, também, entre a Inglaterra e a Ásia a partir da Companhia das Índias Orientais. Aqui se abasteciam de sedas, especiarias, chá, etc. e controlavam as produções agrícolas de açúcar, pimenta, açafrão, etc. O comércio asiático não era apenas feito com a Europa, mas também era feito pelos Ingleses nas trocas locais, os country-trades.
Com todo o tipo de revoluções, desenvolvimentos e domínio inglês, a sua economia cresceu incessantemente. Para o efeito desenvolveu-se a banca e a bolsa de Londres. A Bolsa de Londres, ou Royal Exchange foi das primeiras bolsas de comércio europeu e comprou acções do Estado ou de companhias comerciais o que permitiu gerar grande lucro para particulares, isto levou ao desenvolvimento do capitalismo comercial. Mais tarde surgiu o Banco de Inglaterra à semelhança do Banco de Amesterdão que realizava operações de apoio ao comércio e financiava as actividades industrial e comercial, tinha, ainda, a possibilidade de emitir notas.
Todo este conjunto de revoluções atribuiu o poderio, á Inglaterra, do comércio mundial, por isso, se pode concluir que esta era o centro da economia mundo. Pois a par das revoluções e como consequência a economia desenvolveu-se, verificando-se das mais poderosas do Mundo e, consequentemente, da Europa.