O Blogue foi criado no âmbito da disciplina de História A por sugestão da professora. Nele serão aprofundados temas do 11º ano, por exemplo, a Holanda e a Inglaterra, do século XVIII, em matéria de política, economia, hegemonia comercial, etc.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Meios de transporte


Os transportes encontraram nesta altura um grande desenvolvimento, pois não só eram importantes para a distribuição dos produtos de série como também eram constantemente melhorados. O motor de explosão deu origem a meios de transporte como os aviões (irmãos Wright) e os automóveis, cuja indústria conheceu grande desenvolvimento e investimento, donde se destacam nomes como Benz, Ford, etc. Foram motivo de grande espanto pela população e até foram registados por um jornalista incrédulo que descreve o momento da chegada de um automóvel a uma vila inglesa.

Os navios a vapor ocuparam o seu lugar nesta altura recebendo, também, alguma atenção de capitalistas. Com o seu desenvolvimento, cresceram naturalmente vias de navegação tais como o canal do Suez e do Panamá.


Mas nenhum meio de transporte conheceu tanto investimento como o comboio, devido ao qual as linhas férreas cresceram sem precedentes. Por toda a Europa se vê um emaranhado de linhas férreas que cresceram para dar apoio às indústrias como transporte de matérias primas e produto acabado.


Os transportes foram, de facto, muito importantes nesta altura. A indústria viu-se totalmente apoiada por estes que cada vez tornavam o escoamento da produção mais rentável devido ao constante desenvolvimento dos mesmos. Criaram-se indústrias para a produção de automóveis, que empregaram muita mão de obra. A paisagem sofreu alterações e a Europa iniciou um conjunto de novas relações comerciais com os restantes continentes, o chamado Neo-colonialismo.

Fontes de energia



O carvão manteve-se, desde a primeira revolução industrial, como fonte de energia mas a ele juntaram-se mais dois, o petróleo e a electricidade. O aproveitamento do petróleo só foi possível através do desenvolvimento da técnica de refinação. Este passou a ser muito importante a quando da invenção do motor de explosão por Daimler.




Veículo movido a motor de explosão.




A electricidade também se verificou bastante útil com a invenção da lâmpada por Edison. As ruas ficaram mais seguras e as casas melhor iluminadas. Ambas as fontes de energia se mostraram mais eficazes do que o carvão como força motriz da máquina a vapor, característica da primeira revolução industrial.


Indústrias mais importantes


Siderurgia - ramo da metalurgia que se dedica ao tratamento e fabricação do aço (wikipédia).
Esta é a indústria mais importante da altura, principalmente após a invenção do Conversor por Bessemer, que permitia uma rápida e barata transformação do ferro em aço. O aço, mais flexível que o ferro, adquiriu grande importância na fabricação de máquinas, locomotivas, etc.


Conversor de Bessemer




Química

A industria química teve relevância devido ao contínuo progresso da ciência que, com a descoberta de novos métodos, permitiu aos investigadores a criação de produtos como o extracto de carne de Liebig ou a aspirina de Bayer.

Produção de comprimidos


Segunda Revolução Industrial


Ciência - Técnica

Começa por se caracterizar esta revolução com a aproximação que a ciência e a técnica tiveram, tornaram-se indissociáveis. A técnica levava ao melhoramento da ciência e vice-versa. Esta relação foi promovida por empresários que necessitavam de melhorar os seus instrumentos. Criaram-se centros de investigação, onde trabalhavam os mais prestigiados alunos das muito importantes universidades.


"A técnica lançou à ciência (...) apelos aos quais a ciência podia responder, quer graças à aplicação ou à afinação das teorias existentes, quer ultrapassando estas. Mas a ligação inversa também funcionou: uma teoria de origem puramente científica deu lugar a uma técnica nova, como aconteceu com as ondas hertzianas."

François Caron, 1982, O Método da Invenção


Universidade Victoria de Manchester, criada em 1851

domingo, 20 de março de 2011

Hegemonia inglesa


A partir da década de 50 do séc. XVIII a hegemonia holandesa deu lugar à hegemonia inglesa, decorrente dos ideais mercantilistas trazidos por Cromwell, das quais se destacam o desenvolvimento da agricultura e, consequentemente, o comércio.

Em primeiro lugar difundiu-se o fisiocratismo, doutrina económica (que se opunha, em parte, ao mercantilismo) que defende que a riqueza de um país depende do grau de desenvolvimento da sua agricultura e que esta, por si só, desenvolverá as restantes actividades.

Assim, pôs-se de lado o pousio, aproveitou-se o afolhamento quadrienal para produzir/comerciar, dar descanso à terra (cultivando-se nabos que são pouco exigentes) e alimentar o gado (cultivando-se forragens); seleccionaram-se sementes que aumentaram a qualidade da comida; melhoraram-se as alfaias agrícolas e trocaram-se os openfields pelas enclosures, que permitiam a maior segurança dos campos pois impediam que o gado se alimentasse da produção.

Os landlords, donos dos terrenos agrícolas, pertenciam à nobreza e burguesia fundiária que compunham, também, o governo parlamentar. Dessa maneira aumentaram os seus terrenos fazendo promulgar, por exemplo, leis que lhes permitiram apoderar-se de terrenos agrícolas abandonados. O sector agrícola viu crescer a sua produtividade e qualidade.

Paralelamente a população sofreu um aumento pois viu-se melhor alimentada,em cem anos (1780 – 1880) a população passou de 8,5 a 36 milhões.

Em segundo lugar, deu-se a revolução industrial provocada pelo aumento exponencial do lucro dos landlords e pelo seu espírito empreendedor. Estes tinham necessidade de investir o seu dinheiro e viram no sub-desenvolvimento industrial um local de investimento.

Primeiramente desenvolveu-se o sector têxtil, directamente ligado à agricultura e aos domínios coloniais, pois o gado ovino (fornecedor de lã) alimentado pelas forragens, existia em abundância e as colónias eram abundantes em algodão.

Desenvolveram-se máquinas como a lançadeira volante e a spinning jenny, que diminuíram a mão-de-obra necessária e aumentaram a produtividade. A par do sector têxtil desenvolveu-se o sector metalúrgico, fornecedor de máquinas e equipamentos. Na fusão do ferro (elemento principal na metalurgia) passou-se a utilizar o coque (mais eficiente que o carvão) que diminuiu o preço do ferro e aumentou a sua resistência. Juntou-se, ainda, a máquina a vapor de Watt com a qual foi possível mover teares, martelos e outros mecanismos. Houve uma substituição do domestic system pelo factory system.

Seguiu-se a revolução dos transportes, que combinou a crescente e barata utilização do ferro e a capacidade de mover mecanismos do vapor. Criaram-se navios (steamers) e locomotivas, que fizeram o transporte de matéria-prima/produto acabado, por um conjunto de vias marítimas e terrestres desenvolvidas, mais facilmente. Consequência da revolução dos transportes, foi a grande dinamização do comércio que se viu facilitado pelos novos, mais eficazes e mais baratos navios e locomotivas.

O comércio foi feito a três níveis, primeiro a nível interno, em segundo a nível europeu e em terceiro a nível transatlântico ou inter-continental. O mercado nacional unificado resultou de um conjunto de factores, nomeadamente o facto de as cidades terem crescido demograficamente o que aumentou o consumo interno, o facto das vias de comunicação se terem desenvolvido o que levou a um melhor abastecimento de produtos, a inexistência de alfândegas internas que retiraram entraves ao comércio (contrariaram o encarecimento dos produtos e a sua difícil circulação) e a união à Escócia e Irlanda que criou condições à livre circulação de produtos.

O mercado europeu consistiu no baixo preço e alta qualidade dos produtos ingleses que invadiram os mercados europeus (contrariando as medidas mercantilistas) e nos tratados comerciais realizados com vários países europeus, o de Eden com a França, o de Methuen com Portugal, etc. O mercado inter-continental fazia-se com quatro continentes.

O comércio triangular fazia-se entre a Inglaterra (Europa), a África e a América onde se trocavam produtos europeus, escravos africanos e produtos exóticos americanos. Fazia-se, também, entre a Inglaterra e a Ásia a partir da Companhia das Índias Orientais. Aqui se abasteciam de sedas, especiarias, chá, etc. e controlavam as produções agrícolas de açúcar, pimenta, açafrão, etc. O comércio asiático não era apenas feito com a Europa, mas também era feito pelos Ingleses nas trocas locais, os country-trades.

Com todo o tipo de revoluções, desenvolvimentos e domínio inglês, a sua economia cresceu incessantemente. Para o efeito desenvolveu-se a banca e a bolsa de Londres. A Bolsa de Londres, ou Royal Exchange foi das primeiras bolsas de comércio europeu e comprou acções do Estado ou de companhias comerciais o que permitiu gerar grande lucro para particulares, isto levou ao desenvolvimento do capitalismo comercial. Mais tarde surgiu o Banco de Inglaterra à semelhança do Banco de Amesterdão que realizava operações de apoio ao comércio e financiava as actividades industrial e comercial, tinha, ainda, a possibilidade de emitir notas.

Todo este conjunto de revoluções atribuiu o poderio, á Inglaterra, do comércio mundial, por isso, se pode concluir que esta era o centro da economia mundo. Pois a par das revoluções e como consequência a economia desenvolveu-se, verificando-se das mais poderosas do Mundo e, consequentemente, da Europa.

John Locke e a fundamentação teórica do parlamentarismo


A fundamentação do parlamentarismo surgiu com Locke através, essencialmente, do segundo Tratado do Governo Civil. Considera-se que este foi um dos mais poderosos documentos contra a monarquia absoluta e a favor da subordinação do estado perante a população.
Segundo o filósofo os seres humanos são livres e iguais e só podem ser submetidos à autoridade do outro voluntariamente.
Defende, ainda, o direito dos indivíduos à vida, propriedade, a supremacia da lei, a separação dos poderes, o direito à revolução.



Situação política inglesa séc. XVII